Briófitas: reprodução
- Leonardo Deganello
- 26 de jul. de 2015
- 2 min de leitura
Muitas Briófitas apresentam uma reprodução assexuada, à custa de gemas ou de propágulos, que são pequenos pedaços de plantas que se soltam e são levados pela água, originando novas plantas. A reprodução por fragmentação também é frequente. Entretanto, a forma que mais caracteriza a reprodução das Briófitas é a alternância de gerações, através de um ciclo haplodiplobiôntico. Citamos como exemplo o ciclo dos musgos, que são as Briófitas com maior número de espécies.
O ciclo reprodutivo dos musgos
Na maioria dos musgos o sexo é separado: cada gametófito possui apena anterídios ou apenas arquegônios. Dizemos neste caso que a planta é heterotálica. Em algumas espécies, o anterídio e o arquegônio estão na mesma planta, que, por isso, é chamada de homotálica. Nas espécies homotálicas, o anterozoide chega até o arquegônio nadando em uma película de água da chuva ou orvalho (fig. 2). Nas espécies heterotálicas, a distância entre anterídios e arquegônios é bem maior, tornando difícil para o gameta masculino nadar até o gameta feminino. Neste caso, o transporte do gameta é feito por gotas de chuvas que atingem o anterídio e respingam no arquegônio de uma planta feminina (as gotas também podem ser transportadas por insetos). Quando os anterozoides chegam ao arquegônio, eles nadam até a oosfera, ocorrendo então a fecundação. Após a fecundação, o zigoto sofre mitoses, originando um embrião que permanece protegido no arquegônio.

Fig. 2 - O ciclo reprodutivo dos musgos
O embrião se desenvolve por mitoses, formando um esporófito diplóide, chamado esporogônio. Este encontra-se preso ao gametófito pela base ou haustório, seguindo-se então um pendúnculo, denominado haste ou seta. Tal haste possui uma dilatação na extremidade, a cápsula, coberta por uma "tampa", o opérculo. A cápsula é um esporângio, isto é, um órgão no qual se dá a produção de esporos (fig. 2). Ela é inicialmente envolvida por um capuz (caliptra), formado por restos do arquegônio. Quando o esporófito amadurece, o capuz cai, expondo a cápsula e o opérculo. Na cápsula são frequentemente encontrados, até a época de produção dos esporos, cloroplastos funcionais. Porém, parte do alimento do esporófito (água e sais) continua sendo retirada do gametófito pelo haustório. Por isso, pode-se dizer que o esporófito é parasita do gametófito. Dentro do esporângio há células, chamadas células-mães dos esporos, que sofrem meiose, originando esporos que iniciam a fase haplóide (fig. 2). Esses esporos são liberados quando a cápsula resseca e se abre. Em seguida, são arrastados pelo vento, germinando a distância. Em alguns musgos há filamentos formando um anel na abertura da cápsula (o peristômio) que, em época seca, desidratam-se e se retorcem, ajudando na expulsão dos esporos. A germinação do esporo leva à formação de um novo gametófito, fechando o ciclo. O esporo, ao germinar, dá origem a um filamento de células, o protonema (fig. 2). O protonema emite algumas ramificações que penetram no solo, formando rizóides, enquanto outras ramificações mais complexas vão dar origem aos pés de musgos (gametófitos).
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